º I'm No Lady º

I'M NOT an ballbreaker, bimbo, bitch, bra burner, bull dyke, butch, carmen miranda, china doll, dumb blonde, fag hag, femme fatale, feminazi, geisha, good catholic girl, home girl, lady boss, lipstick lesbian, lolita, mother teresa, nympho, old maid, pinup girl, prude, slut, supermodel, tomboy, trophy wife, vamp, wicked stepmother or yummy yummy... Don't stereotype me!

sábado, julho 09, 2005

º Outras latitudes, outros armários º

A Nicarágua é, depois das reformas levadas a cabo nos últimos anos pelos outros países da região, o único país democrático da América Latina cuja legislação pune as relações homossexuais consentidas entre adultos.
Diversas iniciativas têm sido desenvolvidas para alterar esta situação. No Dia Mundial contra a Homofobia foi entregue uma carta de protesto em diversas representações diplomáticas da Nicarágua em vários países. A 19 de Maio, o Centro para a Educação e Prevenção da SIDA (CEPRESI), lançou a campanha "Democracia é igualdade para viver, diversidade para conviver", que visa alcançar a igualdade na lei.

A secção "espanhola" da Amnistia Internacional tem uma petição online, que podes assinar aqui, para pressionar o governo da Nicáragua a alterar esta lei!

quinta-feira, julho 07, 2005

º Hoje sou londrin@ º

Da primeira vez, em Nova Iorque, ainda deu para perceber - era um ataque ao "coração" do império, a um símbolo de poder financeiro, a um país que lidera largamente o espalhar da injustiça pelo mundo. Um aviso. Em Madrid, a face da covardia mostrou-se. Em Londres confirmou-se.
Não, não há, não pode haver qualquer causa, por mais nobre que seja, que justifique ataques a pessoas anónimas, que só tentam fazer a sua vida o melhor que podem.Porque estas são as pessoas que tentam também, dentro das suas possibilidades, mudar políticas. Porque foram aquelas pessoas que marcharam contra a guerra no Iraque, em Londres e Madrid. Foram aquelas pessoas que encheram os concertos do Live8. Foram aquelas pessoas que marcharam contra a pobreza.
E os que tomam as decisões não são minimamente afectados. Os que tomam as decisões, que mandam soldad@s para uma carnifina inútil, que condenam milhares de civis a uma morte estúpida, esses são os mesmos que podem depois disto limitar alegremente as nossas liberdades, que podem continuar com políticas e acções criminosas; que podem continuar a gastar biliões em armamento; e fazem tudo isto desculpados pela ameaça do terrorismo. O espectáculo já começou, Bush e Blair já deram o mote. A desculpa ideal para o fracasso total da Cimeira do G8 já existe. Mais dinheiro para armamento e "segurança", menos para as pessoas e para a luta contra a pobreza.
Conheço parte daquelas estações de metro. Foram as portas de acesso para debates do Fórum Social Europeu (FSE) em Londres o ano passado. Conheço parte daquelas pessoas. Marchámos junt@s na manif de encerramento do FSE contra a guerra no Iraque.
Depois de hoje, @s moderad@s do lado de lá, e @s moderad@s do lado de cá perderam mais credibilidade e espaço de manobra. Depois de hoje, erguer a voz contra as opções políticas da Europa e dos EUA será ainda mais díficil, de qualquer dos lados. Hoje perdemos tod@s.

º Há coisas que não mudam º

Cartaz publicitário do perfume Opium, 2000
Fotografia: Stephen Meisel
Modelo: Sophie Dahl

Há cinco anos atrás, quando foi lançado, este anúncio motivou 730 queixas junto da Advertising Standards Authority (ASA) em Inglaterra. Foi considerado ofensivo, sexualmente explícito e degradante para as mulheres. Acabou por ser retirado da via pública, por ordem da ASA, sendo um dos anúncios mais contestados de sempre em Inglaterra.
Cinco anos depois, a história repete-se. Desta feita, o anúncio é a um relógio, que mostra uma mulher nua sentada numa cadeira e com a mão esquerda pousada entre as pernas. A ASA considera-o ofensivo por aludir a um acto de masturbação.
Depois de uma pequena pesquisa pela net, cheguei à conclusão que a ASA tem mesmo um historial imenso contra alusões a masturbação feminina em anúncios. Eu sei que convêm manter alguns parâmetros na regulação da publicidade, mas pergunto-me o que chocará tanto nas alusões à masturbação feminina. Quer dizer, uma gaja toda descascada ao pé de um carro, tá bem, pode ser. Uma gaja que poderá estar a proporcionar-se prazer ou não (as imagens são ambíguas) é um escândalo nacional.
Portanto, enquanto a gaja for só um objecto, tá tudo nos eixos. Mas se for implícito que a gaja pode ter prazer sozinha, caí o Carmo e a Trindade? Que diabo, a masturbação feminina, o prazer sexual das gajas ainda são tabus assim tão grandes?

quarta-feira, julho 06, 2005

º Perplexidades II º

Ontem na RTP, o único canal que ainda finge que está a acompanhar a Contra-Cimeira do G8, tivémos direito a uma amostragem completa da segurança na pequena localidade onde se situa o luxuoso hotel, o palco escolhido para a Cimeira "oficial". Tivémos direito também a 30 segundos de imagens repetidas de segunda-feira mostrando os distúrbios em Edimburgo, acompanhados da legenda sonora "Os protestantes contra esta globalização, e aqueles que apenas querem pressionar os líderes do G8 a perdoar a dívida externa de África..."
Oba, ficámos a saber que havia dois tipo de manifestantes, @s do contra porque sim, e @s das propostas concretas. Até agora, em dez minutos de cobertura "noticiosa" na RTP, dez segundos foram de voz directa de um manifestante, seis minutos da voz dos senhores do mundo e/ou polícia, e os restantes de comentários maioritariamente idiotas a acompanhar imagens de distúrbios que se passam na estratosfera com aliens, porque o direito à informação é um luxo. (O que é mais estapafúrdio é que a maioria desta informação está online e em português!)
Definitivamente, é um problema meu, porque é mais importante saber quantos polícias estão a proteger oito tipos que mandam no mundo... E as promessas que renovam cada cinco anos e nunca cumprem...
Moral da história: para a próxima tenho mesmo de ir. Perco anos de vida a chatear-me com estas coisas. Ao menos, quando se está por lá é adrenalina o dia todo, é conhecer gente de todo o lado, é perceber como as estratégias para nos manterem no lugar sem protestar são idênticas, é erguer a voz por aquilo em que se acredita. Também é inútil, claro, porque a mensagem não passa para fora. E é inversamente útil, porque se carregam as baterias, porque se sente na prática e na pele as abstracções do resto do ano, se volta com vontade redobrada de mudar, e se luta mais conscientemente contra a letargia que nos querem impôr.
Enfim, hoje começa a Cimeira "oficial" do G8, começa igualmente a cobertura mediática em terras lusas.
Também hoje, é o tão aguardado regresso das gajas de Edimburgo, portanto, informação fidedigna em primeira-mão não tarda. E fotos, claro.
Entretanto, fotos e + info online podem ser encontradas em:
P.S. Para quem achar que isto não passam de paranóias e teorias da conspiração, perguntem-se porque é que foi o Iraque a ser invadido, porque é um terço do gasto mensal mundial em armamento seria suficiente para retirar milhões de pessoas da pobreza, porque é que o cocktail combinado para infectad@s pelo HIV tem um preço diário de 10 dólares na Noruega e 80 na África do Sul, ou já perguntem-se só quem beneficia com as actuais regras do jogo e como é que é possível mudá-las sem estar no clube selecto dos ricos.
E depois perguntem-se porque é que não descobrimos estas coisas no telejornal das 8, mas sim por portas e travessas.

terça-feira, julho 05, 2005

º Ainda a Constituição Europeia º

Desta feita em versão popular. Aqui, um work-in-progress, onde a contribuição de cada um(a) para a redacção do texto é bem-vinda.

º Perplexidades º

Porque é que as declarações de um tipo conhecido por mentir e deturpar factos para atingir os seus objectivos (Bush) tem mais tempo de antena que os manifestantes contra o militarismo em Faslane?
Porque é que um aperto de mão-acompanhado-de-piadas-que-não-podemos-sequer-ouvir entre Chirac e Putin é mais amplamente divulgado que uma das maiores manifestações contra a pobreza e esta globalização?
Porque é que uma manif da extrema-direita em Portugal tem honras de abrir todos os telejornais, mas uma manif para a integração d@s imigrantes mal tem cobertura mediática?
Porque é que reportagens sensionalistas sobre a suposta insegurança em Portugal abrem telejornais, mas as reportagem sobre as condições de vida em bairros degradados (e as causas disso, já agora) são relegadas para o fim dos mesmos telejornais?
Porque é que fabricam e nos vendem um "arrastão", e depois não nos esclarecem sobre a inexistência do mesmo?
Porque é que nós somos bombardead@s com as intenções de ajuda dos países do G8 aos países africanos, mas precisamos de ir ao Indymedia para descobrir alguma coisa sobre a contra-cimeira do G8?
Porque é que nos explicam que as dívidas externas dos países africanos vão ser perdoadas, mas não nos explicam o porquê dessas dívidas existirem ou as contrapartidas desse perdão?
Porque é que nos impedem de conhecer as alternativas, se este é o melhor dos mundos possíveis?
Suspeito que eu seja suspeita por não ser heterossexual. Suspeito que eu seja suspeita por não ter um credo religioso. Suspeito que eu seja suspeita por não ser nacionalista. Suspeito que eu seja suspeita por ser de esquerda. Suspeito que eu seja suspeita por não me moldar a papéis sociais de género. Suspeito que eu seja suspeita por ser feminista.
Suspeito vagamente que estas ficções belíssimas que nos contam em relação às nossas identidades sexuais, culturais, políticas, ateias/ agnósticas/religiosas, etc, são só a parte mais abstracta da realidade. Suspeito que estas ficções /se sustentam em/ e sustentam/ ficções económicas.
Suspeito muito, muito vagamente que, quando nos dizem para aceitar este mundo como é, que não é possível mudá-lo; que não vale a pena lutar, porque a homofobia, o racismo, o sexismo, a xenofobia, a intolerância política e religiosa vão existir sempre; que nos devemos contentar com o que temos; que não vale a penar tentar mudar o sistema; nos dizem também que a nossa vida não nos pertence a nós; que os nossos corpos não são nossos; que a nossa força de trabalho é do capital e ao capital deve servir, não a nós; que é preciso fazer sacríficios em honra da deusa economia, sem perguntar porquê, porque nos dizem que não há alternativas, e se nós temos uma alternativa, então não é viável.
Suspeito vagamente que nos contam muitas mentiras todos os dias, só para manter uma ficção social. Suspeito muito vagamente que o problema principal do sistema, ou melhor, a genialidade do sistema foi fazer-nos acreditar em hierarquias de poder, foi convencer-nos que há gente com mais valor que outra. Suspeito vagamente que a raiz dos nossos problemas está aí.
E, de vez em quando, esta suspeita parece materializar-se e desembocar numa perplexidade. Ou numa constatação. Escolham vocês.

º A Madeira é um Jardim V º

O tio Alberto poderá vir a ter de pagar pelas suas palavras, caso o Ministério Público conclua que estava a "insultar gratuitamente" @s chineses, e decida avançar com um processo pelo crime de discriminação racial. Garantida por agora está uma queixa na Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial, interposta pelo SOS Racismo e pela Liga dos Chineses.

Isto parece-me muy mauzito e feio da parte dessas associações. Em primeiro lugar, toda a gente sabe que o tio Alberto NUNCA insulta gratuitamente. Em segundo lugar, toda a gente sabe que a Madeira é um exemplo de democracia dentro do território nacional. Em terceiro lugar, isto é uma vergonhosa perseguição e um atentado à liberdade de expressão no nosso país. Em quarto lugar, e decorrendo do terceiro, o tio Alberto está a ser discriminado porque é branco (obrigad@ frente nacional). Em quinto lugar, e decorrendo do terceiro e do quarto, isto é uma prova que estamos a ser invadid@s e colonizad@s, e já nem podemos dizer aquilo que pensamos sem sermos esmagad@s pelo politicamente correcto. Em sexto lugar, e decorrendo de todos os anteriores, é uma pouca vergonha que queiram multar o tio Alberto. Um sinal da decadência a que chegámos...

Independência para a Madeira já!

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Renas & Veados ©

domingo, julho 03, 2005

º Homofobia: fantasma social º

Hoje no DN reportagem sobre o "termómetro da homofobia" das Panteras.
Apesar das dúvidas manifestadas relativamente à divulgação do "teste", as reacções foram as normais (isto é, as expectáveis).
A surpreendente (?) conclusão é que "a homofobia acontece sempre nas nossas costas". As pessoas, quando confrontadas com as suas atitudes homófobas, negam-nas (três ou mais vezes, mas não há galo para cantar). Aliás, a negação é um fenómeno famoso no que se refere à (homos)sexualidade: ou negas a tua, ou negas que oprimes a d@s outr@s, ou negas que te incomoda, ou negas que negas qualquer das opções anteriores.
Não desfazendo a importância das conquistas legais, enquanto estes "termómetros" forem "termómetros" ao invés de actos quotidianos, ainda estará (quase) tudo por fazer. E não é só porque existe Viseu, muitos Viseus em Portugal. É sobretudo porque até mesmo em Lisboa, o "paraíso LGBT" nacional, as leis não mudam mentalidades, nem desfazem preconceitos (especialmente se essas leis forem dirigidas a casais, em vez de serem dirigidas a pessoas). Daí que a luta contra a homofobia seja uma cruzada iminentemente pessoal: como tem de chegar a todo o lado, deveria ser uma preocupação pessoal de cada um(a) de nós confrontá-la no seu dia-a-dia.
Por fim, estes resultados demonstram mais um fenómeno interessante: a equiparação da visibilidade ao exibicionismo. O que chateia realmente as pessoas não é que exista paneleiragem. Isso é ponto assente. O que chateia as pessoas é que essa gente ande na rua a trocar afecto, a exibir-se e a reivindicar direitos (e isto aplica-se à maioria d@s homófob@s, independentemente da sua orientação sexual). E a mim cheira-me que a diferença do número de pessoas na marcha e no arraial também tem algo que ver com isto...

sábado, julho 02, 2005

º Porque o mundo é a nossa casa º

De 6 a 8 de Julho de 2005, os governantes dos 8 países mais poderosos/ industrializados do mundo irão realizar a sua reunião anual a poucas dezenas de quilómetros de Edimburgo. De 2 a 8 de Julho, milhares de pessoas, realizam a Contra-Cimeira do G8. À semelhança dos Fóruns Sociais, o debate e a contestação são pratos fortes. Nos próximos dias, milhares irão discutir, propor e manifestar-se por um mundo mais justo.
Hoje, enquanto se realiza o Live 8, também se abrem as "hostilidades" com uma manifestação contra a pobreza em Edimburgo. Número estimado de participantes: entre 100.000 a 200.000 pessoas. Lá pelo meio estarão duas das gajas (as afortunadas com férias nesta altura do ano), com a máquina fotográfica, gargantas afinadas e muita garra (reportagem das gajas só para a semana). Mesmo a milhares de quilómetros, estamos a apenas um clique de distância: assina a petição da campanha ONE aqui.
Calendário de iniciativas
2 de Julho
Manifestação sob o lema: “Façamos da Pobreza História”, na cidade de Edimburgo. Mais informações em www.makepovertyhistory.org
2 a 8 de Julho
4 de Julho
Dia de acção e bloqueio da base militar de submarinos atómicos de Faslane (www.faslaneg8.com). Acções em Edimburgo pelo emprego (www.dissente.org.uk).
5 de Julho
Manifestação frente a um centro de detenção de pessoas “sem papéis” de Dungavel, perto de Glasgow.
6 de Julho
Dia de acção global. Acções descentralizadas contra o G8 em todo o mundo (www.nadir.org/nadir/initiativ/agp/resistg8/index.htm)

º Era uma vez um arrastão º

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Foi a justificação para uma manifestação da extrema-direita em Portugal. Lançou um debate sobre a (in)segurança em Portugal. Mostrou a capa frágil da tolerância nacional.
Mas afinal, aconteceu mesmo?

Os meandros de (mais?) um episódio de manipulação de massas em Portugal, num vídeo de Diana Andriga.