º Hoje sou londrin@ º
Da primeira vez, em Nova Iorque, ainda deu para perceber - era um ataque ao "coração" do império, a um símbolo de poder financeiro, a um país que lidera largamente o espalhar da injustiça pelo mundo. Um aviso. Em Madrid, a face da covardia mostrou-se. Em Londres confirmou-se.
Não, não há, não pode haver qualquer causa, por mais nobre que seja, que justifique ataques a pessoas anónimas, que só tentam fazer a sua vida o melhor que podem.Porque estas são as pessoas que tentam também, dentro das suas possibilidades, mudar políticas. Porque foram aquelas pessoas que marcharam contra a guerra no Iraque, em Londres e Madrid. Foram aquelas pessoas que encheram os concertos do Live8. Foram aquelas pessoas que marcharam contra a pobreza.
E os que tomam as decisões não são minimamente afectados. Os que tomam as decisões, que mandam soldad@s para uma carnifina inútil, que condenam milhares de civis a uma morte estúpida, esses são os mesmos que podem depois disto limitar alegremente as nossas liberdades, que podem continuar com políticas e acções criminosas; que podem continuar a gastar biliões em armamento; e fazem tudo isto desculpados pela ameaça do terrorismo. O espectáculo já começou, Bush e Blair já deram o mote. A desculpa ideal para o fracasso total da Cimeira do G8 já existe. Mais dinheiro para armamento e "segurança", menos para as pessoas e para a luta contra a pobreza.
Conheço parte daquelas estações de metro. Foram as portas de acesso para debates do Fórum Social Europeu (FSE) em Londres o ano passado. Conheço parte daquelas pessoas. Marchámos junt@s na manif de encerramento do FSE contra a guerra no Iraque.
Depois de hoje, @s moderad@s do lado de lá, e @s moderad@s do lado de cá perderam mais credibilidade e espaço de manobra. Depois de hoje, erguer a voz contra as opções políticas da Europa e dos EUA será ainda mais díficil, de qualquer dos lados. Hoje perdemos tod@s.
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