º Homofobia: fantasma social º
Apesar das dúvidas manifestadas relativamente à divulgação do "teste", as reacções foram as normais (isto é, as expectáveis).
A surpreendente (?) conclusão é que "a homofobia acontece sempre nas nossas costas". As pessoas, quando confrontadas com as suas atitudes homófobas, negam-nas (três ou mais vezes, mas não há galo para cantar). Aliás, a negação é um fenómeno famoso no que se refere à (homos)sexualidade: ou negas a tua, ou negas que oprimes a d@s outr@s, ou negas que te incomoda, ou negas que negas qualquer das opções anteriores.
Não desfazendo a importância das conquistas legais, enquanto estes "termómetros" forem "termómetros" ao invés de actos quotidianos, ainda estará (quase) tudo por fazer. E não é só porque existe Viseu, muitos Viseus em Portugal. É sobretudo porque até mesmo em Lisboa, o "paraíso LGBT" nacional, as leis não mudam mentalidades, nem desfazem preconceitos (especialmente se essas leis forem dirigidas a casais, em vez de serem dirigidas a pessoas). Daí que a luta contra a homofobia seja uma cruzada iminentemente pessoal: como tem de chegar a todo o lado, deveria ser uma preocupação pessoal de cada um(a) de nós confrontá-la no seu dia-a-dia.
Por fim, estes resultados demonstram mais um fenómeno interessante: a equiparação da visibilidade ao exibicionismo. O que chateia realmente as pessoas não é que exista paneleiragem. Isso é ponto assente. O que chateia as pessoas é que essa gente ande na rua a trocar afecto, a exibir-se e a reivindicar direitos (e isto aplica-se à maioria d@s homófob@s, independentemente da sua orientação sexual). E a mim cheira-me que a diferença do número de pessoas na marcha e no arraial também tem algo que ver com isto...
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