º I'm No Lady º

I'M NOT an ballbreaker, bimbo, bitch, bra burner, bull dyke, butch, carmen miranda, china doll, dumb blonde, fag hag, femme fatale, feminazi, geisha, good catholic girl, home girl, lady boss, lipstick lesbian, lolita, mother teresa, nympho, old maid, pinup girl, prude, slut, supermodel, tomboy, trophy wife, vamp, wicked stepmother or yummy yummy... Don't stereotype me!

domingo, julho 03, 2005

º Homofobia: fantasma social º

Hoje no DN reportagem sobre o "termómetro da homofobia" das Panteras.
Apesar das dúvidas manifestadas relativamente à divulgação do "teste", as reacções foram as normais (isto é, as expectáveis).
A surpreendente (?) conclusão é que "a homofobia acontece sempre nas nossas costas". As pessoas, quando confrontadas com as suas atitudes homófobas, negam-nas (três ou mais vezes, mas não há galo para cantar). Aliás, a negação é um fenómeno famoso no que se refere à (homos)sexualidade: ou negas a tua, ou negas que oprimes a d@s outr@s, ou negas que te incomoda, ou negas que negas qualquer das opções anteriores.
Não desfazendo a importância das conquistas legais, enquanto estes "termómetros" forem "termómetros" ao invés de actos quotidianos, ainda estará (quase) tudo por fazer. E não é só porque existe Viseu, muitos Viseus em Portugal. É sobretudo porque até mesmo em Lisboa, o "paraíso LGBT" nacional, as leis não mudam mentalidades, nem desfazem preconceitos (especialmente se essas leis forem dirigidas a casais, em vez de serem dirigidas a pessoas). Daí que a luta contra a homofobia seja uma cruzada iminentemente pessoal: como tem de chegar a todo o lado, deveria ser uma preocupação pessoal de cada um(a) de nós confrontá-la no seu dia-a-dia.
Por fim, estes resultados demonstram mais um fenómeno interessante: a equiparação da visibilidade ao exibicionismo. O que chateia realmente as pessoas não é que exista paneleiragem. Isso é ponto assente. O que chateia as pessoas é que essa gente ande na rua a trocar afecto, a exibir-se e a reivindicar direitos (e isto aplica-se à maioria d@s homófob@s, independentemente da sua orientação sexual). E a mim cheira-me que a diferença do número de pessoas na marcha e no arraial também tem algo que ver com isto...