º I'm No Lady º

I'M NOT an ballbreaker, bimbo, bitch, bra burner, bull dyke, butch, carmen miranda, china doll, dumb blonde, fag hag, femme fatale, feminazi, geisha, good catholic girl, home girl, lady boss, lipstick lesbian, lolita, mother teresa, nympho, old maid, pinup girl, prude, slut, supermodel, tomboy, trophy wife, vamp, wicked stepmother or yummy yummy... Don't stereotype me!

sábado, setembro 17, 2005

º O pior da política º

A novela continua. Felizmente, quem quer que escreva o argumento tem uma imaginação fértil, e os novos episódios têm situações novas, ainda que as motivações sejam as mesmas.
De uma vez por todas, uma eleição em que participam 30% d@s eleitora/es recensead@s, ou seja, em que a esmagadora maioria não se pronunciou, não é vinculativa. Mais, é profundamente anti-democrático recusar com base neste argumento um novo referendo, como os partidos de direita têm feito.
Como anti-democrático é recusar um novo referendo aquando da apresentação de mais de 120 mil assinaturas de cidadã/os que manifestam a sua vontade de o repetir.
Ou lavar as mãozitas do processo, culpar os partidos, e esperar "as condições mínimas adequadas" (vamos a ver se desta o Sampaio é coerente consigo próprio).
Como anti-democrática é a última argumentação do PP, do PSD e do PCP relativamente ao início da sessão legislativa: quando aos interesses das pessoas se sobrepõe a manutenção da burocracia, quando a manutenção dessa burocracia é só uma forma encapotada de sabotar um processo democrático (leia-se, uma consulta às/ aos eleitora/es). Irónica a posição do PCP, alinhado com a direita, especialmente no que concerne a este assunto (dispenso a argumentação de defesa, do tipo "a lei deveria ser alterada na Parlamento porque há maioria de esquerda". Depois de um referendo, e depois de mais uma tentativa de outro boicotada pela direita, alterar a lei no Parlamento é baixar os braços da alteração social. Política assim, para mim não, obrigad@).
Também do DN de hoje, o editorial resume bem a situação em Portugal:
"Não admira, assim, que a hipocrisia seja igualmente a palavra de ordem no mundo da política. O momento nunca é o adequado para tratar do assunto - há quem estabeleça horizontes imaginários para a validade dos referendos e quem, como agora, prefira centrar o debate na duração das sessões legislativas.
A questão, porém, é bem mais simples. Dos resultados das últimas eleições legislativas resulta a existência de uma franca maioria política favorável à aproximação da lei portuguesa aos padrões europeus. O PS, que obteve maioria absoluta, propôs-se, no programa eleitoral, fazê-lo através de referendo. Tudo claríssimo.
O campo que se opõe à mudança da lei prefere insistir nos imbróglios processuais, em vez de ir a votos. Sintomático."