º Se pensas que pensas, pensas mal. Quem pensa por ti é o capital º
Ontem, @s franceses rejeitaram o Tratado Constitucional Europeu por uma série de razões, e com uma maioria confortável. Segundo @s partidários do sim, de facto, não interessam muito as razões. Sejam lá quais forem, estão erradas: se não pensas como eu acho que tens de pensar, pensas mal, e como pensas mal, aquilo que tu dizes não tem valor algum, e portanto não tem sequer de ser tido em conta.
Furão Tinhoso, aka, José Manuel Barroso (é lixado ter um til no nome: a maior parte dos teclados europeus não está equipada com a tecla respectiva), não perdeu tempo. Não só o não francês põe um "problema muito grave à UE" (e que problema é esse? fazer uma Constituição de forma mais democrática?), como também se pode ignorar esse não e continuar alegremente a ratificação (desde que, pelo menos 20 países o ratifiquem. Exercício: contar em quantos países vai haver referendo) . Ao fim e ao cabo, isto vem de alguém percebe o significado da derrota nas urnas: fugir prá frente, que alguém há-de apanhar os cacos.
Fiquei feliz por saber que o Governo português quer manter o referendo em Portugal, apesar da votação francesa. Uma lição de política tipicamente nacionalista, lá está. Se fossemos realmente europeístas, acatávamos o voto francês e não havia referendo para ninguém. E nada de queixas! É assim que a Europa tem funcionado e é este modus operandi que o tal Tratado Constitucional quer legitimar.
Mas fiquei feliz por saber que o Governo português quer manter o referendo em Portugal. Assim, também nós teremos a oportunidade de sofrer a chantagem demagógica na pele. Felizmente, nós teremos uma inovação face a França: a negociação dos fundos comunitários. Se a malta não vota sim em bloco, perdemos tudo e pronto, é o fim.
Suponho que esta seja uma das razões pelas quais as pessoas se afastam da política: a sensação que, independentemente daquilo que escolherem, irá dar tudo no mesmo. Seja a nível nacional, seja a nível europeu. Se aquilo que @s polític@s profissionais querem é formar Comissões de Sábios (sic) e depois impor essas decisões, força nisso. Não tentem é vender-nos isso como democracia.
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