ºMarcha do Orgulho 2005:a cobertura jornalísticaº
Antes da cobertura da Marcha do Orgulho com as fontes caseiras (leia-se nossas), uma espreitadela naquilo que fizeram os outros.
Esta gaja conseguiu assistir às reportagens da SIC e da TVI. Considerou-as aceitáveis, boas se comparadas com anos anteriores. No entanto, depois de uma noite com demasiados copos no Arraial, e meia dúzia de horas de sono, não reteve o suficiente para uma análise mais pormenorizada.
Já em relação aos jornais, seguem-se umas considerações.
Agência Lusa /Diário Digital / TSF
A introdução da notícia está boa, com o destaque da faixa dos jovens do BE "Todos os direitos para todos os amores" a servir como resumo das reivindicações.
O pior vem depois. Esqueçam lá os factos: conseguiram errar no nome das associações/ movimentos que organizaram a Marcha, associar pessoas a associações diferentes, inventar associações novas (conhecem o Movimento LGBT?, assim mesmo com maiúscula e tudo), e ainda ser completamente incapazes de perceber que o manifesto da Marcha é conjunto (note-se que foram distribuídos manifestos na Marcha com este formato, símbolos das associações/ movimentos incluídos).
O melhor é a cobertura diversificada da Lusa / Diário Digital: a nível nacional menciona outras organizações presentes na Marcha (SOS Racismo, Partido Humanista, Movimento Social- Liberal), a nível internacional, percorre as marchas de Paris, Berlim e Atenas (primeira marcha de sempre, com 500 pessoas).
A TSF é, entre @s três, a pior cotada, já que resumiu a cobertura da Lusa /Diário Digital para metade, ficando com o texto pleno de erros, e sem nada positivo para compensar.
Correio da Manhã
Um artigo de introdução aceitável no sábado, se exceptuarmos a substituição de transgénero por "pessoas que mudaram de sexo". No domingo, foi dedicada uma página à Marcha, ocupada principalmente com as fotos espalhafatosas do costume, e três parágrafos de texto. Apesar das limitações do modelo jornalístico escolhido (sensasionalista), o Correio da Manhã foi o único a acertar no número de pessoas: mais de mil. A destacar também a simplicidade com que transmitiu eficazmente as duas vertentes da Marcha, a política e a festiva.
Diário de Notícias
O DN destaca-se como o mais forreta dos media: falou em 400 pessoas, ainda menos que o número referido pela PSP (500). Destaca-se ainda pela insistência na abordagem dos heterossexuais que estiveram na Marcha. A opção é questionável, obviamente. Mas o resultado final é interessante, já que ter a voz heterossexual a falar de homofobia é uma manifestação visível da alteração da abordagem jornalística às questões LGBT. O jornalista meteu a pata na poça no que se refere à organização da Marcha, roubou no número de participantes, ignorou a presença dos partidos políticos, e demais organizações não LGBT. A perspectivação da homofobia pelo olhar heterossexual foi um exercício interessante, ainda que sub-aproveitado.
Público
Cobertura jornalística aceitável, porque se limitou a relatar uma parte da Marcha. O Público tem a cobertura mais politizada e generalista da Marcha, com um destaque evidente para a divulgação do Manifesto.
Já a Marcha em si foi ignorada: nem um exemplo de uma palavra de ordem, ou de uma faixa ou cartaz, além de não serem mencionadas as participações dos partidos políticos, e demais organizações não LGBT. Aliás, nem sequer uma menção a associações/ movimentos que organizaram ou participaram, à excepção da Ilga Portugal.
Notas aos querid@s jornalistas e polícia sobre contas:
- 500 pessoas não enchem o Rossio.
- O medo de ser reconhecid@ faz com muitas pessoas acompanhem a Marcha na Avenida da Liberdade, especialmente nos amplos passeios, que estiveram cheios de gente. Estas pessoas não acompanham a Marcha do início ao fim, visto que é aí que estão as máquinas fotográficas e as câmaras. Portanto, o número efectivo de participantes na Marcha é substancialmente superior ao das pessoas que partem do Marquês, ou do das que chegam ao Rossio.
Agência Lusa /Diário Digital / TSF
A introdução da notícia está boa, com o destaque da faixa dos jovens do BE "Todos os direitos para todos os amores" a servir como resumo das reivindicações.
O pior vem depois. Esqueçam lá os factos: conseguiram errar no nome das associações/ movimentos que organizaram a Marcha, associar pessoas a associações diferentes, inventar associações novas (conhecem o Movimento LGBT?, assim mesmo com maiúscula e tudo), e ainda ser completamente incapazes de perceber que o manifesto da Marcha é conjunto (note-se que foram distribuídos manifestos na Marcha com este formato, símbolos das associações/ movimentos incluídos).
O melhor é a cobertura diversificada da Lusa / Diário Digital: a nível nacional menciona outras organizações presentes na Marcha (SOS Racismo, Partido Humanista, Movimento Social- Liberal), a nível internacional, percorre as marchas de Paris, Berlim e Atenas (primeira marcha de sempre, com 500 pessoas).
A TSF é, entre @s três, a pior cotada, já que resumiu a cobertura da Lusa /Diário Digital para metade, ficando com o texto pleno de erros, e sem nada positivo para compensar.
Correio da Manhã
Um artigo de introdução aceitável no sábado, se exceptuarmos a substituição de transgénero por "pessoas que mudaram de sexo". No domingo, foi dedicada uma página à Marcha, ocupada principalmente com as fotos espalhafatosas do costume, e três parágrafos de texto. Apesar das limitações do modelo jornalístico escolhido (sensasionalista), o Correio da Manhã foi o único a acertar no número de pessoas: mais de mil. A destacar também a simplicidade com que transmitiu eficazmente as duas vertentes da Marcha, a política e a festiva.
Diário de Notícias
O DN destaca-se como o mais forreta dos media: falou em 400 pessoas, ainda menos que o número referido pela PSP (500). Destaca-se ainda pela insistência na abordagem dos heterossexuais que estiveram na Marcha. A opção é questionável, obviamente. Mas o resultado final é interessante, já que ter a voz heterossexual a falar de homofobia é uma manifestação visível da alteração da abordagem jornalística às questões LGBT. O jornalista meteu a pata na poça no que se refere à organização da Marcha, roubou no número de participantes, ignorou a presença dos partidos políticos, e demais organizações não LGBT. A perspectivação da homofobia pelo olhar heterossexual foi um exercício interessante, ainda que sub-aproveitado.
Público
Cobertura jornalística aceitável, porque se limitou a relatar uma parte da Marcha. O Público tem a cobertura mais politizada e generalista da Marcha, com um destaque evidente para a divulgação do Manifesto.
Já a Marcha em si foi ignorada: nem um exemplo de uma palavra de ordem, ou de uma faixa ou cartaz, além de não serem mencionadas as participações dos partidos políticos, e demais organizações não LGBT. Aliás, nem sequer uma menção a associações/ movimentos que organizaram ou participaram, à excepção da Ilga Portugal.
Notas aos querid@s jornalistas e polícia sobre contas:
- 500 pessoas não enchem o Rossio.
- O medo de ser reconhecid@ faz com muitas pessoas acompanhem a Marcha na Avenida da Liberdade, especialmente nos amplos passeios, que estiveram cheios de gente. Estas pessoas não acompanham a Marcha do início ao fim, visto que é aí que estão as máquinas fotográficas e as câmaras. Portanto, o número efectivo de participantes na Marcha é substancialmente superior ao das pessoas que partem do Marquês, ou do das que chegam ao Rossio.
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