º I'm No Lady º

I'M NOT an ballbreaker, bimbo, bitch, bra burner, bull dyke, butch, carmen miranda, china doll, dumb blonde, fag hag, femme fatale, feminazi, geisha, good catholic girl, home girl, lady boss, lipstick lesbian, lolita, mother teresa, nympho, old maid, pinup girl, prude, slut, supermodel, tomboy, trophy wife, vamp, wicked stepmother or yummy yummy... Don't stereotype me!

quinta-feira, junho 02, 2005

º Ser do "contra" º

A frase é do Luís Delgado, autor de múltiplas pérolas do editorialismo português, e refere-se ao resultado do referendo sobre o tratado constitucional nos Países Baixos (conhecidos por Holanda, porque no século XVIII, as províncias da Holanda do Norte e da Holanda do Sul eram as mais poderosas economicamente do país). Porém, por uma vez, vou esquecer o contexto e o objectivo da frase, e vou concordar com o Luís Delgado. De facto, a Holanda (sic) é tradicionalmente um país do contra. Ora vejamos:
Enquanto os países ibéricos andavam a expulsar judeus, os Países Baixos acolheram-nos.
Enquanto o mundo no geral se verga a convenções morais sobre a vida, os Países Baixos enquadraram legalmente a prática da eutanásia.
Enquanto as autoridades policiais europeias se encarniçam numa guerra contra as drogas leves, os Países Baixos legalizaram-nas.
Enquanto Portugal mantém uma lei (e uma interpretação da lei) da IVG que desrespeita os direitos mais básicos das mulheres, nos Países Baixos há pessoas que lutam activamente para que qualquer mulher no mundo possa ter o direito de escolher se e quando quer ser mãe.
Enquanto Portugal mantém um modelo de desenvolvimento baseado em salários baixos e uma descoordenação total entre o ensino e o mercado de trabalho, nos Países Baixos aposta-se na ligação do ensino ao mercado de trabalho e na qualificação da mão-de-obra.
A lista poderia continuar. Contudo, já deu para perceber como a Holanda (sic) é do contra. E tendo em conta que o resultado do não foi folgado (61,6%), até já percebemos porquê. Puro capricho.